Bem-vindo. Welcome. Salve!

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Aqui você vai encontrar um pouco de tudo, inclusive alguma mistura de português, latim, inglês, francês, não necessariamente nesta ordem, mas predominando sempre a língua portuguesa, procurando seguir o Novo Acordo Ortográfico. Confesso que neste último quesito terei algumas dificuldades, principalmente referentes à hifenização, que é algo que nem os linguistas chegaram a um consenso definitivo ainda. No mais, meu modo de pensar pode parecer não muito convencional, mesmo porque possuo um espectro da psiquê bipolar e borderline, embora pessoalmente eu não goste destes rótulos. Na seção "links interessantes" pode encontrar algo sobre isso, se estiver interessado(a).

Desarme-se de todo preconceito, elimine os julgamentos equivocados a priori e deixe as conclusões a posteriori. ;-)

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Quem sabe a real felicidade reside na simplicidade?

Estava hoje na sala de espera da perícia médica (longa história), e tinha umas 8 pessoas comigo, sendo uma em especial que possuía esquizofrenia e bipolaridade, entre traços de outros transtornos, mas sendo estes os principais. O que tinha achado mais chocante não foi nem o fato da "rotulação" dela, mesmo porque eu próprio não estou longe disso, como é óbvio neste blog, bastando ver os links, os blogs que sigo e a própria essência de algumas postagens. Mas enfim, continuando, o que para mim foi mais chocante foi o pessimismo super notável e visível nessa pessoa, uma mulher de uns 30 anos de idade. Conversa vai, conversa vem, e nada era solução para ela. Certo, ela apresentava sintomas depressivos, mas não parecia ser de fato isso o principal, como ela mesma havia dito. Detalhe: neste ponto não estou querendo condená-la de forma alguma, mesmo porque eu sei o tanto que é ruim se sentir numa situação sem saída, sem solução, sem uma "luz no fim do túnel". Mas atentei para o tanto que é importante não permirtimos, na medida do nosso possível, nos entregar à fatalidade do vazio existencial que pode imperar tanto no transtorno borderline de personalidade como na bipolaridade ou até mesmo em quem não possui nada clínico diagnosticado. Nisso reside a importância óbvia de nos preenchermos diariamente com coisas boas (acho muito simples a palavra "boa", mas é de fato simples!).

Neste ponto faço parênteses para explicar o "coisas boas", mais especificamente "o que é bom". Eu, sendo cinéfilo, gosto muito do filme K-Pax (quem nunca viu, veja!). O protagonista é um suposto esquizofrênico com comorbidade de estresse pós-traumático e amnésia dissociativa e sintomas aparentemente psicóticos [alerta de spoiler! Paro por aqui sobre esses detalhes]. Bom, o personagem num dado momento, numa conversa com o psiquiatra, é arguido por este sobre como definir o que é bom. O personagem simplesmente fala que todo mundo sabe o que é bom. Qualquer criança sabe definir o que é bom e o que é mau. Há aqueles que dizem que a bondade e maldade são relativas. De fato um maniqueísmo simplório não explica a complexidade da existência, mas são conceitos úteis para simplificar a vida e realizar escolhas. Talvez no meu primeiro post em que discordo parcialmente de Nietzsche, afirmo que não é apenas "para além do bem e do mal" que reside uma nova moral, mas também "para além do bem e do mal" e principalmente também dentro do simples conceito do bem e do mal.

Indo um pouco mais na frente, e também para ilustrar, numa conversa com meu psiquiatra, ele me disse certa vez: simplifique as coisas. Logicamente não se trata de uma alienação, de forma alguma! Mas é uma negação do excesso filosófico ou do excesso de pensamentos inúteis que por vezes só nos deixam piores ou no mínimo não nos levam a lugar algum. Sabem aquela auto-ajuda "barata" do tipo: "agora vou pensar coisas boas e procurar relaxar"? Então, é disso que estou falando. Não é pelo fato de ser clichê que deixa de ser verdade (outra frase de filme; desta vez do psiquiatra do filme Verônika Decide Morrer, aquele baseado no livro homônimo de Paulo Coelho).

Pois bem, para finalizar, e voltando ao tema inicial, aquele preenchimento diário (se possível) de coisas boas, se baseia na maioria das vezes em coisas simples mesmo. Claro, se alguém achar que é melhor estudar e aprofundar na subjetividade humana ou pessoal, tudo bem. Contudo eu creio que a verdadeira felicidade consiste em apreciar a beleza das pequenas coisas (claro que as grandes também, mas principalmente nas pequenas coisas, ou melhor: as mais acessíveis que muitas vezes podemos esquecer neste vasto universo particular único que possuímos); e também, consequentemente, sentir prazer nas pequenas coisas. Se nos alimentarmos com isso, o que vier a mais será um verdadeiro presente dos deuses!

2 comentários:

Juliana disse...

É, mas ler coisas boas! Se o mundo já ta como tá, imagina o povo lendo coisas que destroem ao invés de contruir!! heheheh

Le chat c'est moi disse...

Sim, Ju! Com certeza ler coisas boas. Deixei isso claro lá. :-)

Coisas ruins é que não faltam. Levando a um extremo, existe até "O guia prático do suicídio" circulando na internet. Ou seja, se alguém quiser se ferrar, material não vai faltar. E por outro lado, existem centenas ou milhares de bons livros, desde religiosos, até terapêuticos, existencialistas (filosóficos/sociológicos), passando pela auto-ajuda simples (que alguns estudos comprovam serem úteis em bordelines) etc etc.