Bem-vindo. Welcome. Salve!

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Aqui você vai encontrar um pouco de tudo, inclusive alguma mistura de português, latim, inglês, francês, não necessariamente nesta ordem, mas predominando sempre a língua portuguesa, procurando seguir o Novo Acordo Ortográfico. Confesso que neste último quesito terei algumas dificuldades, principalmente referentes à hifenização, que é algo que nem os linguistas chegaram a um consenso definitivo ainda. No mais, meu modo de pensar pode parecer não muito convencional, mesmo porque possuo um espectro da psiquê bipolar e borderline, embora pessoalmente eu não goste destes rótulos. Na seção "links interessantes" pode encontrar algo sobre isso, se estiver interessado(a).

Desarme-se de todo preconceito, elimine os julgamentos equivocados a priori e deixe as conclusões a posteriori. ;-)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Solitude

No fundo mesmo somos sozinhos. Ok, não vou generalizar, pois pode ser que você não se considere sozinho, embora eu tenha certeza absoluta de que no fundo seja.
Muitas vezes quando mais precisamos das pessoas, não podemos contar com elas. Mas disso vem também uma pergunta interessante: "precisamos tanto assim de outras pessoas?". Disso também vem uma coisa interessante: "é ruim ser sozinho?". E outra mais interessante ainda: "eu posso aceitar o fato de ser sozinho e isso ser absolutamente normal e saudável", mesmo porque isso faz parte da própria essência da existência humana.

Tomo a velha máxima, de que "sempre por trás de uma boa intenção, gesto ou atitude de suposto altruísmo/consideração/amizade existe um interesse egocêntrico e egoísta recôndito".

Aquele sujeito, homem ou mulher, repleto de amigos por perto, talvez seja o mais sozinho de todos, pois na sua necessidade praticamente patológica de sempre ter gente por perto nunca consegue se realizar por si mesmo, e vai ser o primeiro a te deixar caso você não esteja alimentando esse ego "sugador" dele/dela, caso você não seja um desses "alimentadores" de ego.

Aquela pessoa que é aparentemente sozinha, com poucos ou nenhum amigo de fato, e que logo de cara já se prontifica a te ajudar, talvez também seja bem egoísta por sua latente falta de habilidade nas relações sociais e, por conseguinte, conseguir alimentar algo em si mesmo nessa ajuda com eventual capa de altruísmo e empatia.

O verdadeiro sozinho é aquele que aceita sua condição. Isso por si só já diz tudo, porém explicando melhor, de uma forma mais didática, quando aceitamos uma condição nós tomamos consciência de que é algo acabado e, em última instância, algo ao qual nada se pode fazer, ou melhor: algo ao qual nada se DEVE fazer. Pois então, este indivíduo sim, ao fazer algo* por alguém será por outro motivo que não seja alimentar o ego doentio que grande parte das pessoas tem. Diante desse breve esboço, ouso dizer que alguns diagnósticos da psiquiatria/psicologia se tornam obsoletos, equivocados e paradoxais, por se tratarem de reais virtudes e não de "patologias". Neste ponto é que eu deveria citar fontes da filosofia, incluindo principalmente Nietzsche e Schopenhauer, entre outros, mas não, pois algo tão óbvio não precisa disso. Aceitar essa condição implica em coisas fortes, talvez até em mudanças reais e radicais do ponto de vista doentio da sociedade. Implica, por exemplo, em não se importar em se expor, já que tecnicamente não há ninguém de fato HONESTAMENTE preocupado por razões puramente altruísticas com sua situação. Em suma: por definição não há ninguém de fato preocupado com você. Se há, o motivo é escuso, ou na melhor das hipóteses, egoísta. Mas é lógico: quando as pessoas vêem você como uma ameaça, a partir deste ponto você está de fato ameaçado e, exceto se for masoquista, não vai querer sofrer as consequências doentias que a sociedade impõe. Também suponho que você tenha algum hedonismo, e não vai querer se privar dele por causa das loucuras sociais. Inclusive pode se aproveitar da mediocridade social para se servir do hedonismo de uma forma jamais experimentada antes. Contudo, reforço que para tudo isso precisa ocorrer algo bem simples (mas difícil ou até impossível de enxergar para alguns): aceitar a condição de que está sozinho.

* Nem algo de "bem", nem algo de "mal", mas algo "para além do bem e do mal".

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Semi-auto-medicação explicada

Dentro de meu armário tenho dezenas de caixas de medicações psiquiátricas, das mais diferentes classes. Bom, em minha última consulta com meu psiquiatra, foi estipulado que eu tomaria bupropiona, associada ao lítio e divalproato de sódio e clonazepam eventualmente, que eu já tomava. Essa escolha foi feita para combater sintomas depressivos e minimizar ao máximo uma possível virada maníaca ou sintomas maníacos, posto que a bupropiona, segundo estudos, é um dos antidepressivos mais seguros para tratamento de depressão associada ao transtorno bipolar. ¹

Porém, a bupropiona atua unicamente nos sintomas depressivos, aumentando muito a ansiedade, podendo me levar a quase ataques de pânico (quem já teve sabe o quanto isso é horrível!), além de causar insônia marcante. Sem falar na possibilidade de sintomas psicóticos em quem tem certa propensão para isso, já que ela é um antidepressivo noradrenérgico e dopaminérgico (aumenta a disponibilidade desses dois neurotransmissores no SNC - Sistema Nervoso Central).

A mirtazapina, que eu tomava antes, por cerca de um 5 anos, é uma medicação "heróica" para depressão. Extremamente potente, rápida e eficiente, mas ela é muito noradrenérgica também.

(Qualquer medicação que é noradrenérgica - que aumenta a concentração de noradrenalina e que apesar da semelhança do nome não tem nada a ver com a adrenalina - tem o poder de aumentar, e muito, a agressividade e impulsividade na pessoa, principalmente em quem tem transtornos afetivos/de humor). ²


Pois bem. Achei uma caixa de escitalopram aqui, que é um ISRS (Inibidor Seletivo da Recaptação da Serotonina), assim como paroxetina, fluoxetina, reboxetina, sertralina, entre tantos outros. Acontece que existem vários receptores serotoninérgicos e cada ISRS atua de uma forma particular nesse sentido. Acontece também que, segundo estudos ³, quando a medicação atua nos receptores 5-HT2 ela provoca aumento da agressividade e impulsividade nos indivíduos, enquanto que se ela atua no receptor 5-HT3 ela provoca diminuição da agressividade e impulsividade, ao mesmo tempo que proporciona efeito antidepressivo. E é mais ou menos isso que o escitalopram faz, pelo fato de ter pouca afinidade pelos receptores 5-HT2* e possivelmente afinidade pelo 5-HT3, sendo por este motivo que o escolhi para me "auto-medicar", ou seja, diminuir sintomas depressisvos, aumentando minha energia, ao mesmo tempo proporcionando um bom bloqueio para sintomas de pânico, sem muito risco para sintomas (hipo)maníacos em dose baixa à moderada. Eu chamo de "semi-auto-medicação" porque essa combinação foi sugerida na última consulta ao invés da bupropiona, e como já conheço o efeito e possíveis interações entre inúmeras medicações psiquiátricas, digamos que eu tenha o respaldo do meu médico para fazer pequenas alterações no esquema medicamentoso com o que eu já tenho aqui.

Referências:

¹ Tratamento da Depressão Bipolar - Dr. Beny Lafer (Doutor em psiquiatria - USP) [ http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol32/s1/49.html ]

² Tratamento farmacológico da impulsividade e do comportamento agressivo, Pedro Antônio Schmidt do Prado-Lima (PUCRS) [ http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1516-44462009000600004&script=sci_arttext]

³ Neurobiology of Aggression and Violence - Larry J. Siever, M.D. [ http://ajp.psychiatryonline.org/cgi/content/full/165/4/429?maxtoshow=&hits=10&RESULTFORMAT=1&author1=siever&title=Neurobiology+of+aggression+and+violence&andorexacttitle=and&andorexacttitleabs=and&andorexactfulltext=and&searchid=1&FIRSTINDEX=0&sortspec=relevance&resourcetype=HWCIT ]

* Escitalopram - bula [ http://www.medicinanet.com.br/bula/8151/escitalopram.htm ]

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Quem sabe a real felicidade reside na simplicidade?

Estava hoje na sala de espera da perícia médica (longa história), e tinha umas 8 pessoas comigo, sendo uma em especial que possuía esquizofrenia e bipolaridade, entre traços de outros transtornos, mas sendo estes os principais. O que tinha achado mais chocante não foi nem o fato da "rotulação" dela, mesmo porque eu próprio não estou longe disso, como é óbvio neste blog, bastando ver os links, os blogs que sigo e a própria essência de algumas postagens. Mas enfim, continuando, o que para mim foi mais chocante foi o pessimismo super notável e visível nessa pessoa, uma mulher de uns 30 anos de idade. Conversa vai, conversa vem, e nada era solução para ela. Certo, ela apresentava sintomas depressivos, mas não parecia ser de fato isso o principal, como ela mesma havia dito. Detalhe: neste ponto não estou querendo condená-la de forma alguma, mesmo porque eu sei o tanto que é ruim se sentir numa situação sem saída, sem solução, sem uma "luz no fim do túnel". Mas atentei para o tanto que é importante não permirtimos, na medida do nosso possível, nos entregar à fatalidade do vazio existencial que pode imperar tanto no transtorno borderline de personalidade como na bipolaridade ou até mesmo em quem não possui nada clínico diagnosticado. Nisso reside a importância óbvia de nos preenchermos diariamente com coisas boas (acho muito simples a palavra "boa", mas é de fato simples!).

Neste ponto faço parênteses para explicar o "coisas boas", mais especificamente "o que é bom". Eu, sendo cinéfilo, gosto muito do filme K-Pax (quem nunca viu, veja!). O protagonista é um suposto esquizofrênico com comorbidade de estresse pós-traumático e amnésia dissociativa e sintomas aparentemente psicóticos [alerta de spoiler! Paro por aqui sobre esses detalhes]. Bom, o personagem num dado momento, numa conversa com o psiquiatra, é arguido por este sobre como definir o que é bom. O personagem simplesmente fala que todo mundo sabe o que é bom. Qualquer criança sabe definir o que é bom e o que é mau. Há aqueles que dizem que a bondade e maldade são relativas. De fato um maniqueísmo simplório não explica a complexidade da existência, mas são conceitos úteis para simplificar a vida e realizar escolhas. Talvez no meu primeiro post em que discordo parcialmente de Nietzsche, afirmo que não é apenas "para além do bem e do mal" que reside uma nova moral, mas também "para além do bem e do mal" e principalmente também dentro do simples conceito do bem e do mal.

Indo um pouco mais na frente, e também para ilustrar, numa conversa com meu psiquiatra, ele me disse certa vez: simplifique as coisas. Logicamente não se trata de uma alienação, de forma alguma! Mas é uma negação do excesso filosófico ou do excesso de pensamentos inúteis que por vezes só nos deixam piores ou no mínimo não nos levam a lugar algum. Sabem aquela auto-ajuda "barata" do tipo: "agora vou pensar coisas boas e procurar relaxar"? Então, é disso que estou falando. Não é pelo fato de ser clichê que deixa de ser verdade (outra frase de filme; desta vez do psiquiatra do filme Verônika Decide Morrer, aquele baseado no livro homônimo de Paulo Coelho).

Pois bem, para finalizar, e voltando ao tema inicial, aquele preenchimento diário (se possível) de coisas boas, se baseia na maioria das vezes em coisas simples mesmo. Claro, se alguém achar que é melhor estudar e aprofundar na subjetividade humana ou pessoal, tudo bem. Contudo eu creio que a verdadeira felicidade consiste em apreciar a beleza das pequenas coisas (claro que as grandes também, mas principalmente nas pequenas coisas, ou melhor: as mais acessíveis que muitas vezes podemos esquecer neste vasto universo particular único que possuímos); e também, consequentemente, sentir prazer nas pequenas coisas. Se nos alimentarmos com isso, o que vier a mais será um verdadeiro presente dos deuses!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

2ª carta de São Paulo a Timóteo, capítulo 3, versos 1 a 5

É curioso o fato de um espiritualista-agnóstico escrever um texto inspirado numa passagem bíblica que vi em outro blog, mas realmente foi algo inspirador. :-)

"...nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com ninguém, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos do respeito "à sua própria espécie e ao ambiente de forma geral" [Deus, no original], tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela."

Obviamente isso É o que vemos hoje, o que pode nos levar a uma posição de total descrença quanto ao futuro ético e moral do ser humano ou da própria existência humana; ou ainda um processo de "desumanização" da humanidade, que renderia uma longa tese, o que não é o objetivo desta postagem. Contudo, diante dessa situação de barbárie devemos nos lembrar que individualmente podemos ter o pleno direito de sermos extravagantes, no sentido de não concordar com diversas atrocidades em vários níveis. Talvez o "espírito livre [e superior]" que Nietzsche falava¹, remeta a esse aspecto.

É bom também lembrar que apesar de termos exemplos de pessoas que foram símbolos da maldade, desde assassinos até ditadores e reis sanguináreos, a humanidade teve e tem exemplos de paz e justiça, nos quais particularmente eu tenho certa esperança de que nesta presente vivência humana ou em outra (se houver) tais ideais sejam mais realidade do que uma utopia.

¹ Nietzsche: Além do Bem e do Mal; aforismo 44

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Cosa nostra? No! Cosa mia, e solo mia!

Ma che cosa bella è questa! Che piena di belleza in verità!

Ma perché faccio a scrivere in italiano? Semplice. È perché questa meraviglia è somigliante a una bella italiana. Per essere più esatto, è commentato che lei scende da italiani. Tuttavia, italiana o brasiliana, questa ragazza è bella, molto bella, troppo bella. Ah! E principalmente lei è totalmente mia, solo mia. Perdonami il gelosi, ma sono fortunatissimo per verità!

Sì, a volte veramente una foto vale più che mille parole.

domingo, 5 de setembro de 2010

Coisas sem sentido, com sentido. Enfim, nada de relevante.

Se ela fizer isso, então jamais poderei compreender o real sentido das coisas. O que é isso? Digamos que seja algo análogo à desconstrução textual, porém em forma de ideias. Também pode ser interpretado como uma tentativa de escrever um texto o mais depressa possível e sempre que não seja estritamente necessário também não voltar para corrigir as ideias expostas, mas tão somente possíveis erros ortográficos, os quais odeio. Sim, tenho essa obsessão. Ainda bem, creio!

Na verdade mesmo queria escrever outra coisa. A inspiração para outra coisa não me ocorre. Pois então, fica este pequeno post apenas para constar mesmo. Digamos que seja uma versão grande do (argh!) Twitter. Sim, odeio aquilo (Twitter). Deve ser bom só para quem é famoso e mesmo assim... Ah, mas por que? Ora, porque eu não tenho nada de relevante para comunicar ao "mundo" (seria até muita presunção), exceto se forem coisas do tipo "acabei de acordar e vou tomar café", "acabei de escovar os dentes; foi bom", "atenção todos! Vou comer arroz com frango no almoço!" e coisas similares.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mas é assim que os plebeus reconhecem o valor de Elena di Troia, Helene de Troie, Elaine da Cidade de Ana

Ó Criatura do dia e da noite, cheia de mistérios e segredos recônditos, que ao mesmo tempo se esclarecem diante da luz que tu emanas e ilumina este pobre plebeu que escreve estas palavras.

Sim, ser da noite e do dia, dualismo simples porém notável pelas próprias peculiaridades femininas, cuja beleza química e da alma, em meio à tua contextura, resplandece como o sol iluminando o Monte Olimpo: de onde tu vens? Como tu apareces assim na minha vida? Sim, apesar de um certo tempo (mas ora, o que é o tempo diante do maior sentimento do mundo?) tu pareces e apareces como uma criatura nova a cada dia! Todavia, vamos à questão talvez mais importante, que seja compreender teu ser, teu "eu":
paradoxalmente a compreensão absoluta de quem tu és é algo impossível de se alcançar, mesmo porque não é verdade a velha máxima greco-romana "nosce te ipsum" (conhece-te a ti mesmo). Isto não seria possível neste mundo. Não há ninguém que de fato conhece absolutamente a si mesmo. Entretanto isso é apenas para dizer que não importa muito te conhecer em plenitude, mas sim te aceitar em tua plenitude. Compreender que para amar um ser como tu és, é necessário ter consciência de aceitar simplesmente o que tu és.

Por conseguinte tua alegria, a beleza de viver, a liberdade, a força de vontade fazem por si uma música da vida genial! [Vinicius de Moraes que o diga... do plano em que estiver agora]... mas sem sua notória liberd... libertinagem, obviamente, porque apesar do melhor amigo homem ter sido sugerido como o "cão engarrafado", com toda certeza a melhor amante deste homem que te fala é tua pessoa, em toda plenitude. Neste caso, tu que o digas!, criatura da noite e do dia cuja imperfeição e perfeição juntas a tornam perfeita diante do inexplicável.

Falemos (ou melhor, ignoremos) sobre formosura, beleza, aparência física. Poetas já escreveram muito sobre isso, e isso são detalhes diante da relevância que talvez tu, criatura do dia e da noite, ainda não tenha percebido.Inclusive, parafraseando o mestre Quintana, "a beleza está em querer fazer parte da tua vida! E é um sonho louco este nosso mundo". A beleza está na loucura, mas quem disse que não é loucura em querer fazer parte da vida de alguém? "Há sempre loucura no amor, mas também há sempre um pouco de razão na loucura" (dizia Nietzsche). Mas saliento, faço a esmagadora ressalva de que isso não seja meramente um sonho, porque de sonhos o homem que aqui escreve já está farto! Digamos que seja um sonho possível de realizar. Ah, sim! Neste caso é um sonho sim. O sonho de viver para sempre ao teu lado, de ter a felicidade do teu amor e poder dar meu amor a ti; uma entrega mútua, além da loucura e da razão (ultra insaniam et rationem), simplesmente dentro do amor.

Criatura angelical e aparentemente belial no que tange à Força de Viver, a essência das palavras deste texto é o que vale, e tu podes ter certeza: esta essência é muito verdadeira.

Qui sua femina contentus est, huic maximae ac certissimae divitiae!

Aquele que é contente com a mulher que tem, possui o maior dos tesouros!

Tendo dito isso, sim, tu és o maior dos tesouros que eu tenho!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Omne faci per amorem, ultra bonum et malum est.

Tudo [que é] feito por amor, [para] além do bem e do mal é [feito].

Esta é a tradução literal da frase em latim que é o título desta postagem. O que está em colchetes é o que está implícito; subentendido, pois no latim, ao contrário da língua portuguesa, raramente se usa "que é", "para" e vários outros termos acessórios que estão embutidos nas terminações das palavras.

Fazendo uma pequena dissecação dessa frase, temos o seguinte:

Omne = tudo; todas as coisas (substantivo singular masculino, no caso nominativo).

faci = verbo fazer, conjugado como "que é feito", no infinitivo presente passivo. O latim possui seis tipos de infinitivo, enquanto que o português só possui um tipo.

per amorem = por amor (fácil esta, não?) ;-)

P: Por que não é "amor"?

R: Porque, novamente diferentemente do português, dependendo da função da palavra na frase, sua terminação muda. Como a palavra "amor" na frase "Omne faci per amorem" é um objeto ao qual se refere uma ação, ele precisa estar no caso acusativo, que sendo um substantivo da 3ª declinação, a terminação correta é "em" (amor + em). Se estivesse dizendo apenas que o amor é bonito (amor formosus est; amor est formosus), ele fica obrigatoriamente no nominativo, que é idêntico ao português (que por sinal não possui casos).

ultra (preposição) = além; para além; mais longe de. É uma preposição no caso acusativo por natureza, exigindo que os termos relacionados à ela estejam no acusativo também.

bonum = bem (substantivo masculino singular, no caso acusativo, pois está ligado à preposição "ultra").

malum (idem). Obs: idem é mais um exemplo de centenas de palavras que usamos no português de forma idêntica à usada no latim, há mais de 2 mil anos.

et = "e" (mesma conjunção "e" do português. "Bem e mal", por exemplo: bonus et malus).

est = verbo "ser" conjugado na terceira pessoa singular do presente do indicativo: é.

E por curiosidade, a frase "Tudo o que é feito de forma limítrofe, é feito para além da loucura e da razão" ficaria, numa tradução livre: "Omne faci in limitem, ultra insaniam et rationem est".
E claro: o verbo "est" está no singular porque ele faz referência ao substantivo "omne" do início da frase que também está no singular.

O que escrever quando não se tem vontade?

Isso parece algo até paradoxal, pois como posso escrever algo sem ter vontade? O próprio fato de escrever aqui agora implica em alguma vontade. Sim? Ou não? Bom, isso daria uma longa discussão filosófica. Mas tive uma "iluminação" agora! Eu estava com um pouco de vontade de escrever sim! Talvez não muita, mas depois que comecei, passei a sentir um certo prazer, como se tivesse a necessidade de colocar algo pra fora. Contudo, de fato parece me faltar maior inspiração, pois quando de fato sinto o desejo de escrever e especificamente sobre determinado assunto, o texto flui mais livre e espontâneo.

Tá, vamos ao que interessa. Quero dizer aqui o que preciso fazer nas próximas semanas.

- Exame de sangue, para ver como anda minha função da tireóide (TSH, T4, etc). Ah sim, não tenho nada clínico significante na tireóide. É apenas que, se alguém notou nos "links cujo conteúdo tem a ver com o autor deste blog" há um link lá sobre Transtorno Bipolar de Humor, e portanto faço uso de lítio regularmente (para estabilizar o humor) e que este pode influenciar na tireóide. Logo, eventualmente preciso ver como essa glândula está funcionando.

- Também preciso começar a estudar para 2 concursos em setembro. E um deles inclui uma prova física, que me confunde se fiz inscrição para um modesto concurso público nacional ou a inscrição para algum tipo de "jogos olimpícos"(!).

- E agora preciso comer algo, provavelmente uma macarronada feita por mim mesmo. :-D

quarta-feira, 21 de julho de 2010

BWV 245

Embora eu não vista a camiseta do agnosticismo e da incredulidade, não é nenhum segredo que sou agnóstico cético quanto à existência de alguma divindade pessoal conforme a maioria das religiões ocidentais pregam. Contudo, ao ouvir exatamente agora há pouco a Paixão Segundo São João de J.S.Bach (BWV 245) sou levado a crer, mesmo que momentaneamente, que algo superior existe, especialmente durante o coro introdutório. Não pela letra, que é basicamente o que consta no conhecido evangelho, mas sim pela brilhante e metafísica associação musical com a "fonética", produzindo sensações que transcendem os sentidos. É algo monumental. É praticamente um êxtase, um orgasmo sacro da alma!

Para quem quiser conferir, esta gravação está disponível neste link (que por sinal é um excelente blog de música erudita): http://musikalischeopfer.blogspot.com/2009/06/jsbach-johannes-passion.html

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Um pouco do [meu] sofrimento borderline

Acordei péssimo hoje. De ontem pra hoje andei realizando reflexões conscientes e inconscientes sobre minha vida, que acabam com meu "eu". Estou com vontade de me cortar, especialmente para temperar alguma comida com um pouco do meu sangue (sim, é isso mesmo que você leu). Vontade de fumar também. Aliás, talvez eu fume hoje. E não sou fumante. Na verdade mesmo eu queria me matar, mas não estou com coragem (ainda) para isso. É interessante, porque já teve época que eu estava com muita coragem mas não queria de fato. Já hoje eu quero muito, mas não estou com coragem suficiente.

Pequenas coisas me deixam mal. Cheguei na cozinha agora pra almoçar e a empregada já estava tirando a mesa: isso me deixou puto. Ontem eu estava vendo filme no volume de sempre e minha mãe chega no quarto reclamando que o som estava alto. Fiquei irritadíssimo com isso. Minha vontade era de colocar o volume bem mais alto. Bom, de fato coloquei um pouco mais alto.
Me senti abandonado aqui por uma pessoa que considero muito especial para mim. Eu sei que ela foi lá porque de fato alguém necessita de cuidados por alguns dias, mas minha "consciência emocional" simplesmente não consegue assimilar isso. Para mim é rejeição e ponto final (isso não já se enquadra em pequenas coisas, mas sim em motivo sério, importante clinicamente).

E definitivamente aquelas tentativas de ajuda psicologia barata (pleonasmo, eu sei, já que TODA psicologia É barata) me dá vontade de ter uma diarréia na boca ou nas mãos de quem profere isso.

terça-feira, 13 de julho de 2010

...in despite of 2 milligrams of clonazepam

Passou a alegria [da cerveja]; passou a alegria [de ter tido um pouco "extra" na conta corrente]; passou a Copa [e a Espanha foi campeã]; passaram 2 meses, 3 meses... e aqui estou energizado [lítio na corrente sanguínea] numa montanha-russa [de parque no terreno da esquina e não de um "Hopi Hari"] que parece ser perpétua.

Me inspirei a escrever neste momento após ler uma letra de uma música num blog de uma amiga minha (Sandra T.):

"I'm changing, arranging, I'm changing
I'm changing everything, ah, everything around me
The world is a bad place, a bad place
A terrible place to live, oh, but I don't wanna die"

That is exactly the image of the moment I am living now.

(Saudade dos meus amigos virtuais estrangeiros, com os quais praticava inglês)

In fact, I miss them so much that I have JUST decided to write the small rest of this post in English. Maybe it's all meaningless stuff. Anyway I feel good writing now, this is all I need (in despite of I have taken 2 milligrams of clonazepam).

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Hoegaarden, Weihenstephan!



Oh! Em minha cidade (pouco mais de 300 mil habitantes: não é grande para os padrões brasileiros, e em pleno Centro-Oeste) achei num mercado uma cerveja belga, Hoegaarden! :-D

Nem no Wal-Mart, Carrefour, etc, tinha achado algo assim antes. Aliás, esses grandes mercados são horríveis para cervejas especiais, mas isso já é outra história. E o preço? Pouco mais de R$ 4,00! Mais barato que chopp em Shopping Center e com qualidade zilhões de vezes melhor. Mas fiquei pasmo com esse preço para uma cerveja Belga (produzida na Bélgica mesmo, não é dessas "estilo belga") com tradição secular, feita de trigo e fermentada naturalmente. Esqueça Skol, Brahma, Antarctica, Bohemia e todas essas nacionais "baratas". Depois de provar uma cerveja de verdade, de qualidade mesmo, o estômago não aceita mais essas coisas químicas.

Já ia esquecendo, também encontrei lá Weihenstephan, que é a cerveja de trigo tida como a mais antiga do mundo, de qualidade excelente também, embora particularmente eu prefira a Hoergaarden. A "Weihens" já é bem mais cara, R$ 13,50.

E lógico, também tinha dois modelos da premiada Eisenbahn. Esta é nacional, feita em Blumenau, mas provavelmente uma das mehores do Brasil.

Pontuação (pequena brincadeira com a pontuação e acentuação)

As vezes a gente pode achar a pontuacao e acentuacao das frases algo nao importante talvez alguns tenham razao sobre isso pois alegam ser o mais importante se fazer entendido do mesmo lado deste raciocinio a pessoa pode nao ser entendida por culpa da pontuacao melhor da falta ou mal uso da mesma.

As vezes a gente pode achar a pontuação e acentuação das frases! Algo não importante. Talvez alguns tenham razão sobre isso, pois! Alegam ser o mais importante. Se fazer entendido do mesmo lado deste raciocínio a pessoa pode. Não ser entendida por culpa da pontuação? Melhor dá falta ou mal. Uso da mesma.

Às vezes a gente pode achar a pontuação e acentuação das frases algo não importante. Talvez alguns tenham razão sobre isso, pois alegam ser o mais importante se fazer entendido. Do mesmo lado deste raciocínio a pessoa pode não ser entendida por culpa da pontuação. Melhor, da falta ou mal uso da mesma.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Algumas diferenças entre Borderline e Bipolar: um breve esboço.

Após um período ausente, resolvi escrever algo, depois de uma conversa com meu amigo "Two". Sem a pretensão de um tratado científico, aqui vão apenas alguns aspectos que já observei e estudei durante algum tempo.

Comecemos pela impulsividade, sobretudo por gastos, que parece ser a mais importante clinicamente. O borderline pode ter impulsividade por gastos, comida, ou seja lá o que for, para tentar preencher uma saciedade que ironicamente nunca é saciada. Enquanto o bipolar usualmente faz gastos (quando é o caso) simplesmente por euforia, o borderline faz gastos para tentar preencher seu vazio interior. Neste caso o borderline compra/adquire coisas sem valor real agregado em busca de tentar preencher seu vazio e sofrimento de uma forma imediata. Porém o resultado prático é geralmente o mesmo, embora as razões sejam diferentes em sua essência entre os dois transtornos. Já outros borderlines podem se cortar. Aliás, uma grande parte se corta, segundo estatísticas médicas¹: cerca de 52,2% se cortam. Os motivos podem ser vários, incluindo a necessidade de talvez sentir alívio ao saberem que não estão de fato vazios literalmente, o que seria uma "semi-psicose"*. Outros, borderlines, mais raramente, conseguem se encontrar de fato na vida, descobrirem um propósito de vida, um lugar no mundo, o que ameniza muito o transtorno como um todo. Ah, a diferença básica entre um borderline e um bipolar provavelmente está aí! Resumindo bastante, o borderline tem oscilações de humor por causa de sua falta de sincronia com o mundo, com a sociedade, então quando ele "se encontra" no mundo, encontra um papel a desempenhar no mundo, suas oscilações consequentemente diminuirão bastante.

O bipolar, nesse mesmo contexto, tem a origem de seu transtorno nas "pontas" e não na "raiz", como é o caso do borderline. O bipolar tem oscilações de humor independente de seu papel no mundo, sendo algo mais bioquímico e menos existencial, enquanto que o borderline tem suas oscilações de pensamento/ideações/humor por causa de sua distorção intrínseca em relação ao mundo, sendo algo mais existencial, onde não podem ser descartadas a problemática genética e de desordem bioquímica cerebral, naturalmente, que no mínimo contribuem para que o transtorno seja desenvolvido em determinados grupos mais suscetíveis, posto que quase todos são submetidos a condições semelhantes, porém apenas uma minoria desenvolve o transtorno propriamente dito.

Diante disso, o bipolar não costuma melhorar com a idade, embora sua impulsividade possa diminuir com a idade, enquanto que o borderline comprovadamente melhora com a idade², sobretudo após os 35 anos, mas em contrapartida responde de maneira menos previsível às medicações. Posto que isso é óbvio: como há de se tratar uma personalidade através apenas de medicações? Isso é virtualmente impossível.

Referências:

¹ Carolyn Zittel Conklin, Ph.D. Drew Westen, Ph.D. (American Journal of Psychiatry, 162:5, May 2005. Table 3)

² Paris J, Zweig-Frank H. A 27 year follow-up of patients with borderline personality disorder. Compr Psychiatry 2001;42:482-7;

Zanarini MC, Frankenburg FR, Hennen J, Silk KR. The longitudinal course of borderline psychopathology: 6-year prospective follow-up of the phenomenology of borderline personality disorder. Am J Psychiatry 2003;160:274-83;

Gunderson JG, Morey LC, Stout RL, Skodol AE, Shea MT, McGlashan TH, et al. Major depressive disorder and borderline personality disorder revisited: longitudinal interactions. J Clin Psychiatry 2004;65:1049-56.

* Eu mesmo já tentei me cortar e senti alívio ao ver meu sangue adentrando uma seringa, vendo de uma forma "semi-psicótica" que não sou oco, no sentido literal.

segunda-feira, 15 de março de 2010

pequeno pensamento

Muitas vezes quem comete suicídio não é porque desistiu de si mesmo, mas sim porque desistiu da humanidade.

Às vezes desistir de si mesmo é muito pouco para se matar. Eu arrisco a dizer que a maioria dos suicidas em potencial, incluindo eu, pensa no ato por causa de uma desilusão proporcionalmente do tamanho da humanidade, em relação à esta.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Não ao "Ato médico" - parte I

Segundo o "Ato Médico", que a classe médica alega ser uma regulamentação de sua profissão (como se precisasse, e pior: como se já não estivesse regulamentada, através de inúmeras leis que já existem):

Art. 4º São atividades privativas do médico:
(...)
II - invasão da pele atingindo o tecido subcutâneo para injeção, sucção, punção, insuflação, drenagem, instilação ou enxertia, com ou sem o uso de agentes químicos ou físicos;
(...).

Ou seja, para receber uma injeção, seja qualquer fim, só um médico poderá aplicá-la. Em termos práticos e crus: se alguém precisar de um simples hemograma, ao invés de pagar 8 reais, vai pagar 160.

Detalhe: o Ato Médico está tramitando pelo Senado atualmente e diversas classes de outros profissionais da saúde se manifestam contra ele. Nada contra a regulamentação (?) da profissão, mas sim contra a forma em que ela está interferindo em outras áreas. Toda população deveria se manifestar contra esse "Ato Médico". Por que? Porque, meu filho (ou minha filha), se você precisar de uma simples massagem ou coletar seu sangue para simplesmente medir a glicemia, deverá fazer com um médico ou se consultar com um médico primeiro, sendo este um dos vários exemplos de procedimentos que serão exclusivos da classe médica.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Estereotipagem

Recentemente um conhecido me disse que passo uma imagem de alguém recalcado com medo da sociedade, moralista, nerd e que "as pessoas até têm medo de chegarem em mim para conversar sobre alguns assuntos com medo da minha reação", além de eu "ter tudo para ser um sacerdote enclausurado".

Achei até cômica a situação, mesmo porque esse conhecido me conhece muito pouco para tirar tais conclusões, além de ele possivelmente ter a capacidade de ler a mente das pessoas, ao dizer que "as pessoas têm medo de mim". Se trata de um filósofo, visivelmente frustrado, o que já é outra história, cujas opiniões são veementemente a verdade (para ele, é claro). Pensei que ele teria uma mente mais aberta, de que não seria capaz de fazer julgamentos precipitados com base nas aparências externas, mas enfim...

Resumidamente ele deduziu tudo isso pela minha aparência e maneira de conversar; pelo fato de eu estar vestindo calça jeans, camisa e sapato no trabalho (coisa que ele também estava, exceto uma sandália velha que ele normalmente usa) e também por eu não falar gírias ou palavrões no trabalho, e normalmente nem fora dele também.

Bom, entrando agora no tema de "estereotipagem", eu respondi que possuo idéias progressistas e abertas sobre vários assuntos atuais, incluindo alguns tabus, como aborto, opção sexual, emancipação feminina etc, MAS que não preciso escrever isso na testa para dizer que sou. E também possuo meus gostos e zelo pelo meu bem-estar. Com isso eu quis dizer que não é pelo fato de em dado momento estar revoltado com algumas convenções sociais que vou sair cometendo vandalismo ou destruindo patrimônio de terceiros. Por que? Simplesmente porque isso possivelmente me traria consequências funestas, tal como ser preso, responder a processos etc. Não se trata de um puro medo da sociedade, mas sim uma prudência pelo meu bem-estar, resumindo a grosso modo.

Retomando o tema um pouco mais a fundo, ainda perguntei a ele: "Então eu preciso chegar aqui com uma caveira tatuada no meu peito inteiro só pra mostrar que contra algumas convenções sociais? Isso não deixaria de ser MAIS UMA FORMA de estar dentro do sistema, pois com tal ato eu estaria demonstrando que sou um 'revoltadinho' tal como a sociedade vê". Em tempo: nada contra quem se tatua. Eu mesmo ainda quero fazer alguma tatoo; já fiz algumas de henna, mas talvez futuramente ainda faça alguma definitiva. Apenas não concordo com a idéia de ter determinadas atitudes SOMENTE para demonstrar descontentamento com certas regras/convenções sociais. Em suma, eu não preciso sair falando palavrão, gírias, pintar o cabelo de vermelho etc, para demonstrar que não tenho nada contra o homossexualismo, de que sou a favor do aborto, de que sou plenamente a favor da emancipação feminina e radicalmente contra o machismo, de que sou a favor da plena liberdade de expressão, de que defendo a causa de preocupação com o meio-ambiente, descriminilização do uso de certas drogas etc. E principalmente dentro de um ambiente de trabalho administrativo, onde existe uma pluraridade de opiniões, crenças e comportamentos, é razoável adotar uma postura mais sensata, equilibrada, mesmo pelo meu próprio bem-estar e possível crescimento profissional. E talvez, como já disse Baruch de Spinoza, às vezes é preciso "se comunicar ao alcance do vulgo e fazer tudo o que não traz nenhum impedimento para atingirmos o nosso escopo [objetivo]", ou seja, adotando uma maneira mais sutil de se falar, de se vestir, de se comportar, em determinadas situações, se atinge mais eficientemente o objetivo de expor nossas idéias do que radicalizar tudo!

Sendo assim, não é mesmo também porque eu me visto de forma mais convencional em situações convencionais (principalmente em ambiente de trabalho administrativo) é que isso significa que não posso demonstrar e exercer minhas opiniões (e que muitas vão de contra várias convenções sociais) em outras situações.

Enquanto isso, enquanto durante a semana eu visto meu jeans, camisa e sapato, trabalhando numa repartição pública e à noite estudo moléculas, nos fins de semana eu pego minha moto, visto minha jaqueta de couro e sai por aí a esmo, ou então simplesmente fico de bermuda e camiseta curtindo alguma boa cerveja com minha namorada, e deixo o "estereotipador" com suas estereotipagens. ;-)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Andrea Zani



Andrea Zani é uma compositora italiana de origem argentina e que nasceu no Brasil. Ela pertence ao período barroco, quando as compositoras eram extremamente raras. Suas obras são marcadas por estupendo brilho e genialidade, como por exemplo a obra Concerti da Chiesa a Quatro Stromenti, Opus II, que são concertos para violino virtuosísticos cuja composição remonta ao ano de 1729. Esta obra foi tão marcante que sobreviveu ao tempo vindo parar no Rio de Janeiro, possivelmente devido ao fato de ela ter se estabelecido nessa cidade. Outra obra muito marcante foi Concerti di Tutti Quanti che si Innamorano per Bella Femina, que corresponde a uma série de concertos nos quais ela utilizou de um instrumento muito na moda da época, chamado Viola d'Amore, o qual aliado à sua capacidade de emocionar as platéias, conquistou o coração de muitos! Estudiosos da música antiga supõem que os pais de Andrea eram médicos, motivo pelo qual ela também foi conhecida como Andrea di Medici. Curiosamente, não obstante o fato das proezas musicais de Andrea, ela preferiu fazer faculdade de letras na renomada Universidade de Genova (Università degli Studi di Genova), na Itália, se consagrando no estudo dos idiomas da terra de Shakspeare e da terra de Heitor Villa-Lobos. Devido à sua generosa genética, predominando belíssimos aspectos em suas feições, ela também foi muito cortejada durante sua vida, porém segundo pesquisas vox populi (não o instituto, mas a expressão latina mesmo) ninguém correspondeu suas aspirações afetivas até o momento em que tais pesquisas se encontram.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Esperança


Alguns filósofos dizem que a esperança é "uma crença emocional na possibilidade de resultados positivos relacionados com eventos e circunstâncias da vivência pessoal"*. No meu modo de ver, até concordaria com essa definição, porém substituindo "emocional" por "racional". É lógico que se formos analisar esperança no sentido mais vulgar do termo, a esperança seria algo emocional. Para ilustrar isso, cito o equívoco de Nietzsche, e um dos poucos pontos em que discordo veementemente dele, quando ele diz que "a esperança é o derradeiro mal; é o pior dos males, porquanto prolonga o tormento dos homens"¹. Neste caso em particular, mesmo sem ter a intenção, ele possivelmente se referia à esperança sem embasamento; uma situação em que tudo (ou quase tudo) mostra o inevitável fracasso e mesmo assim a pessoa mantém a "esperança" de que tudo (ou quase tudo) vai dar certo. Esta sim é uma "esperança" profundamente emocional, se é que pode ser chamada de esperança. Eu prefiro chamar esse tipo de sentimento enganador de ilusão¹.

Pois bem. A esperança é a crença embasada no conhecimento adquirido de que algo pode ter êxito. A esperança, neste caso, é um processo racional, baseado numa probabilidade não sempre mensurável com precisão, porém mensurável pelo senso-crítico individual e/ou coletivo. Como exemplos: se vou prestar um vestibular então vou estudar a ponto de obter um número suficiente de respostas certas para ser aprovado; se vou pleitear uma vaga de emprego, compatível com meu currículo, tenho a esperança de que vou ser aceito pela empresa diante da demanda exigida e minha respectiva compatibilidade profissional; se mantenho uma alimentação saudável, pratico exercícios físicos moderadamente etc, logicamente mantenho a esperança de que vou ter saúde durante boa parte de minha vida. Enfim, são várias as situações em que a esperança pode ser aplicada, e não só pode como deve. A ilusão não; normalmente é prejudicial.

Segundo o mito grego da Caixa de Pandora (detalhe: imagem em cima**), Zeus ordenou que todos os males saíssem da caixa, e por último a esperança. O significado disso provavelmente é o fato de a humanidade usar a esperança para suportar os sofrimentos da vida. Porém, creio que foi a ilusão² que Zeus reservou para sair da caixa de Pandora por último e não a esperança. É razoável supor que no grego antigo a palavra esperança tinha mais conotação de ilusão do que um processo racional baseado em vivência empírica positiva. Isso também é fundamentado pelo fato de a palavra em grego ἐλπίς/elpís, que é definida como "a espera de alguma coisa" poder ser traduzida como esperança, sendo essa tradução seguramente arbitrária. Uma tradução melhor poderia ser "antecipação", ou até o temor irracional³. Logo, esse tipo de "esperança" é uma ilusão. Uma falsa idéia de que algo pode dar certo, mesmo diante de toda vivência apontando o fracasso. Esse tipo de "esperança ilusória" é destrutiva, pois não nos leva a mudança de foco, de objetivos, de vida, por fim.

¹ Friedrich Nietzsche, em Humano, demasiado humano.
² Por favor, não confundir com "alucinação".
*,³ Fonte: Wikipédia.
** John William Waterhouse: Pandora (1896).

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Novo ano, graças a Júpiter?


Sim. Vou explicar. Usei o nome do poderoso Deus romano Júpiter, que é o correspondente do deus grego Zeus, para aludir ao Império Romano. Para a sociedade ocidental cristã "nós" estamos no ano de 2010, por ser aproximadamente o tempo decorrido desde que supostamente Jesus Cristo nasceu, embora não haja nenhuma referência histórica concreta desse fato, excetuando variadas crendices populares contraditórias, que foram passadas oralmente, não mais verossímeis do que qualquer conto de fadas.

Bom, na verdade TAMBÉM estamos a aproximadamente 2010 anos da morte do primeiro imperador romano (e desta vez com muito maior precisão), César Augusto, inaugurador da Pax Romana, que revolucionou o mundo da época, que de fato mudou toda história do mundo ocidental, deixando o maior legado cultural, jurídico, social, geográfico, linguístico, etc, de todos os tempos da história, que perdura fortemente até os dias de hoje, obviamente!

(Foto: estátua de Gaius Julius Caesar Augustus, do latim, nome adotado por César Augusto até sua morte.)

Novo ano, graças a Júpiter!

Ainda bem que terminaram as festividades de ano novo, que me deixam estressado. Aliás, estas últimas me deixaram mais estressado do nunca, me levando a uma quase psicose, um quadro distorcido da realidade imaginária em que quase todos acreditam viver. Essa normose doentia em que vivemos. Bom, então, estou relativamente de volta à ilusão. É bom estar de volta à Matrix. Só não sei por quanto tempo, pois meus surtos de lucidez acontecem invariavelmente. Nada contra eles, se não viessem com "acessórios" tais como agressividade, irritabilidade extrema, baixíssimo limiar de frustração, entre outros.

Mudando um pouco de assunto, modéstia totalmente à parte, ter uma capacidade de redação "boazinha" tem a grande vantagem de me dar certa segurança de que a boa parte das pessoas não vão entender o que estou relatando, e que aquelas que entendem são as que realmente importam para mim.

PS: como se houvesse muita gente que lesse meu blog. (haha)